Educação sem distância...

 

O ensino A distancia vem, de alguma maneira, atender à expectativa social e educacional, tão esperada ao longo desses séculos. No Brasil, pode-se falar em, pelo menos, 60 instituições que, em parceria com os governos estaduais tem adotado essa modalidade de ensino. A UnB é uma delas. Para Zuin (2006), o programa Universidade Aberta do Brasil, fruto da perspectiva do ensino a distância, vem tornar efetiva a expansão do ensino às localidades onde, por diversas razões, o ensino público não era possível. Criado há aproximadamente seis anos, esse programa tem se preocupado em articular e tornar viáveis a oferta do ensino público a diversas regiões do Brasil.

Nesse processo em que se tornam viáveis as possibilidades de ensino e aprendizagem através do ambiente virtual, um questionamento pertinente diz respeito a que tipo de saberes estão sendo construídos neste ambiente e de que forma isso está acontecendo. Pereira & Moraes (2005),  o papel fundamental do ensino a distância tem sido o de favorecer o processo de formação, de modo planejado e articulado, permitindo ao aluno organizar-se e mover-se no processo de aprendizagem de maneira mediada. Apesar de a maioria dos pesquisadores sobre a educação a distancia concordarem com a afirmação feita pelas autoras, muitos ainda se questionam sobre o que se está priorizando nesse espaço de construção do conhecimento. Seriam saberes, ou apenas informações? Possivelmente ainda há de se levar algum tempo para se ter todas essas respostas. 

Discutir os rumos do ensino á distância, especialmente no que se refere à construção do conhecimento, é um dos grandes desafios dos educadores e estudiosos que avaliam historicamente a educação. No que se refere à educação superior, por exemplo, uma preocupação que ainda vigora atualmente refere-se a da qualidade envolvida no processo de avaliação, decorrente da aprendizagem.

O ambiente virtual, assim como o ambiente de aprendizagem convencional, pode e deve proporcionar a circulação do conhecimento e tornar o processo de aprendizagem bidirecional, de modo que docentes, tutores e alunos possam aprender juntos. Esta é a noção de aprendizagem defendida pela perspectiva sociocultural construtivista. Na realidade, em educação, os papéis de ‘quem ensina, e de quem aprende’ não seriam estanques: a contribuição do colega, do professor virtual ou do tutor tem um papel extremamente importante na construção do conhecimento, uma vez que poderão ampliar a visão que se tem sobre determinado assunto. Nesse contexto não há relação passiva (Moraes, 2003; Pereira, 2005). A partir dessas reflexões deixo aqui a pergunta:

"Que tipo de saberes estão sendo construídos? Com que qualidade?”

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História da EaD.PDF (324,1 kB)

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Abraços,

Fernanda Rodrigues

 

Referências:

MORAES, R. A Educação e Informática. RJ: DP&A. 2000.

___________. Rumos da Informática Educativa no Brasil. Brasília: Ed. Plano, 2003.

___________. A Educação à Distância e os Desafios na Formação de Professores no Brasil: Breves Apontamentos. Universidade de Brasília, 2005.

___________. Encontro de Estudos e Pesquisas em História, Trabalho e Educação. Anais do Encontro de Estudos e Pesquisas em História, Trabalho e Educação realizado de 03 a 05 de setembro de 2007. José Claudinei Lombardi, Marcos Cassin e Manoel Nelito M. Nascimento Organizadores. Campinas-SP: Graf. FE: HISTEDBR, 2007.

PEREIRA, E. W. Expansão e Diversidade. In: Formação de Professores a Distancia: Experiências Brasileiras. Universidade Aberta de Portugal. Tese de doutorado, 2005, pp. 255-269.

ZUIN. A. A. S. Educação à Distância ou Educação Distante? O Programa Universidade Aberta do Brasil. Campinas: 2006.

 

 

 

 


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